Jovem é internada após tomar vacina contra HPV
Uma estudante de 19 anos ficou dois dias internada na Santa Casa de São Carlos (a 232 km de São Paulo) por suspeita de reações provocadas pela vacina contra o HPV (papilomavírus humano). Ela teve alta hoje à tarde.
A estudante tomou a segunda dose da vacina na sexta-feira (12), na UBS (Unidade Básica de Saúde) Vila Isabel, e apresentou os primeiros sintomas na segunda-feira (15). Ela teve dores de cabeça e perdeu a sensibilidade nas pernas.
A vacina contra o HPV é administrada a adolescentes entre 11 e 13 anos, e protege contra lesões do colo de útero que podem se desenvolver e virar câncer. O Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde informaram que a reação da adolescente pode ser um caso de ansiedade pós-vacinação.
Em Bertioga (103 km de São Paulo), 11 meninas foram socorridas no início do mês após sentirem dormência nos braços e pernas após tomarem a vacina.
De acordo com a dona de casa Adelcy Ferreira da Silva, 65, mãe da adolescente, ela começou a passar mal na segunda-feira à tarde, quando estava na escola. “Ligaram da escola e disseram que ela não conseguia levantar da cadeira. Fui buscá-la e quando voltávamos para casa ela perdeu a força das pernas e caiu na rua. Todos os músculos dela ficaram fracos e ela não conseguia nem falar”, afirmou.
A mãe procurou atendimento médico na terça-feira de manhã na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) da Vila Prado, ao perceber que os sintomas tinham se agravado.
A jovem foi encaminhada à Santa Casa de São Carlos, onde fez exames, mas foi liberada. Na quarta-feira (17), ainda sem sensibilidade nas pernas e fortes dores de cabeça, a adolescente foi internada na Santa Casa.
“Eu não critico a vacina, porque acho importante, mas critico a falta de informação sobre ela. Os pais não foram informados que poderia haver uma reação nem os médicos sabiam como lidar com o caso, que remédios poderiam dar para a dor de cabeça que ela sentia”, disse a mãe.
Reação
Helena Sato, diretora técnica da divisão de imunização da Secretaria de Estado da Saúde, disse que os exames realizados na adolescente não apontaram nenhuma alteração. Ainda de acordo com a diretora, o caso da estudante, assim como o das meninas que tiveram reação em Bertioga, indicam que houve uma reação de ansiedade após a imunização.
“Esta reação de ansiedade pode ser verificada em alguns casos de vacinação, principalmente em adolescentes dessa faixa etária [de 11 a 13 anos] e quando a campanha de vacinação envolve um grupo específico, como é o caso da vacina do HP”, disse.