MP do Rio denuncia Cabral pela 29ª vez por corrupção e lavagem
O MPF (Ministério Público Federal) do Rio de Janeiro denunciou o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) pela 29ª vez no âmbito da Lava Jato nesta terça-feira (19), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O órgão também ofereceu denúncia contra Regis Fichtner, ex-secretário estadual da Casa Civil no governo Cabral, e Fernando França, coronel da Polícia Militar.
Fichtner e França foram presos no mês passado, enquanto Cabral está preso desde novembro de 2016. O ex-secretário é apontado como “braço jurídico” da quadrilha do ex-governador. França seria o responsável por recolher dinheiro a seu pedido.
“Em sua mão [de Régis Fichtner] passaram os projetos de lei, processos administrativos, decretos e muitos outros atos de governo que beneficiaram empresários e políticos no grande esquema ganha-ganha da corrupção em prol dos integrantes da organização criminosa liderada por Sérgio Cabral”, diz a denúncia.
De acordo com a acusação, Fichtner recebeu vantagens indevidas 21 vezes em razão do cargo que ocupava, com auxílio de França e anuência de Cabral, no valor de R$ 4,9 milhões.
A propina era paga, segundo o órgão, por meio dos doleiros e delatores da Lava Jato Renato e Marcelo Chebar, Cláudio Barbosa e Vinicius Claret. As vantagens indevidas, de acordo com o MPF-RJ, eram entregues em dinheiro vivo através da transportadora de valores TransExpert.
Cabral já foi condenado em nove processos da Lava Jato, dos quais oito na Justiça Federal do Rio e um em Curitiba, assinada pelo então juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça.